rabiscando portas e paredes

 

[ rabiscando portas e paredes, desde cedo, descobri o prazer pelo desenho ]

A oportunidade de frequentar o MASP da rua 7 de Abril, recheado de obras recém chegadas ao Brasil de artistas como, Goya, Renoir, Gauguin, Picasso e pintores como nosso querido Portinari, e muitos outros, aguçaram meu desejo de aproximação com o desenho e a pintura. Conhecer, a recente casa envidraçada de Lina Bo Bardi em SP, no Rio de Janeiro, visitar o magnífico sítio de Roberto Burle Marx com seu deslumbrante jardim, ir a casa de Canoas em sua plenitude, receber lições de pintura de Rosinha Leão em sua centenária casa no Largo do Boticário, restaurada de maneira primorosa por Lucio Costa. Foram oportunidades únicas no contato com o que havia de melhor na produção cultural brasileira, da arquitetura, ao fervor da produção artística;, todas, fundamentais na construção de meu repertorio.

 
 

desenhando navio

 

1957 - Madona

 
 

1958 - navio

 
 

1957 - minha mãe

 

1961 - Pássaro preto

 

Na infância e adolescência devo ter dado muito trabalho a minha mãe. Sei que não sou responsável por todo os seus cabelos brancos, mesmo ainda moça, já estava levemente grisalha (como se vê no retrato feito aos 8 ou 9 anos de idade, não sei bem ao certo).

 

1960 - girafas

 

1957 - navio Bimbo

 

1954 - Casinhas desenho sobre catálogo

 
 
 

Iniciei minha vida escolar no Colégio Porto Seguro, situado as margens da Praça Roosevelt em São Paulo. Naquele momento, achavam meus pais que uma educação mais disciplinada e rígida compensaria o ambiente boêmio e licencioso de nossa casa. Pouco adiantou!! acabei tendo grandes dificuldades de aprendizado e a famigerada disciplina tão almejada se dissipou na inquietude de me comunicar com o mundo através do desenho. Para um menino tímido, recatado, o desenho, era um refúgio seguro, instrumento de entendimento e retribuição das coisas que a vida proporcionava. O desenho transformou-se em uma atividade constante, capaz de propiciar diálogos com o cotidiano e absorver as novidades impostas à vida de um recém-chegado. Ao fazer um curso de datilografia (segundo minha mãe, era atividade indispensável a qualquer profissional), apareceram dificuldades com o teclado e suas regras, o que mais tarde, acabaria se refletindo no uso do computador, acentuado minhas limitações.

 

1958 - Rena - xilogravura - linólio

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à procura de autonomia