à procura de autonomia
Em 1971 ingressei na faculdade de arquitetura e urbanismo; eram anos conturbados. Os arquitetos cujo trabalho me interessavam estavam gradativamente sendo excluídos do mercado de trabalho. Nessa época me refugiei na pintura dedicando meu tempo a pratica do desenho e o domínio das técnicas da aquarela. Uma ingênua nostalgia juvenil me impulsionava a selecionar lugares e paisagens a serem pintadas que a meu juízo estariam em vias de extinção ou em perigo. A escolha empírica, era baseada no aproveitamento pictórico do lugar de forma a permitir a imersão na paisagem, bem como a construção de uma narrativa de liberdade interpretativa, capaz de expor atributos e fragilidades. Procurava uma paisagem distante o suficiente das incongruências do momento. A possibilidade de me dedicar a pintura, tempos de aprendizado e estudos, documentação de minhas ideias e viagens.
[ Desenhava de forma quase compulsiva, estava à procura de autonomia.]